Soneto da Busca
Soneto da Busca Viver a tua presente ausência todo dia É como viver a presença ausente da euforia Como se o mundo resumido a ti estivesse Numa busca incessante que não esmorece Percorro horizontes sem a ti encontrar No afã de divisar o esplendor do teu olhar Como não te percebo, revisto-me de pranto Num lamento sem fim de causar-me espanto Por vezes reluto, esbravejo e grito Um silêncio tenebroso lançado ao infinito Onde não me canso de teu nome uivar Como se os sopros de um mundo em aflição Rompessem a redoma vultosa do meu coração Na ávida esperança de, por fim, teu peito alcançar Garbo Nael